A convite de Fernanda Fragateiro, fomos desafiados a elaborar um exercício com os alunos de 1º ano de Arquitetura do Técnico de Lisboa para pensar a composição e disposição de corpos no espaço urbano através do desenho. Utilizando a locomoção, pausas e várias dinâmicas para progredir no espaço, o grupo foi desafiado a desenvolver uma consciência do corpo como unidade de algo maior, incluindo os elementos externos à atividade.

Para a consolidação de dois taludes optamos por explorar técnicas de engenharia natural, ao invés dos metódos de engenharia cívil tradicionais. Esta obra teve a consultadoria da Ecosalix.

Imaginamos uma escola secundária como uma configuração de módulos numa integração holística com todos os elementos da paisagem. Propomos um método construtivo flexível para atender não apenas a crescente necessidade de escolarização na área, mas também para futuras construções na região.

Propomos a introdução de um 'módulo de duas salas' que se repete ao longo de todo o esquema, de acordo com as fases de construção da escola. Este módulo consiste em duas salas retangulares que pivotam 20º graus uma sobre a outra. Essa pivotação cria um recanto entre as salas de aula, criando uma área sombreada, incentivando os alunos a comunicação entre os alunos antes e depois das aulas.

Identificamos o caminho norte-sul existente no terreno e o entrelaçamos com o pátio da escola. Enquanto a entrada norte é mais discreta para protegê-la da estrada de terra que percorre o lado norte do terreno, a entrada sul da escola é mais larga, pois é sequenciada pelo pátio coberto. É por esta entrada que ambos os pátios se conectam e que a escola se abre para a horta comunitária.

O Sol Adormecido introduz uma nova coreografia no espaço, reforçando a natureza intersticial do pátio. A instalação introduz o lúdico como ferramenta analítica de envolvimento com o local, permitindo a ativação de pequenas narrativas decorrentes da vida cotidiana.

Para intervir no local, foi identificado um vocabulário de formas através da análise de elementos arquitetônicos existentes no local. Como uma extensão da rua para o pátio, a instalação torna-se uma interface entre o público e o privado.

Assim, as arcadas que compõem a fachada e o arco interno que atua como comunicador entre os pátios tornam-se elementos integrantes de uma composição efêmera que transforma a vivência do lugar ao expandir do domínio público para o pátio.

Na entrada, a arcada da fachada inclinada joga com o deslocamento do elemento arquitetônico para criar novas narrativas e relações com a rua e os pedestres. O elemento destacado atua também como prelúdio ou convite para entrar no pátio e vivenciar o segundo elemento da intervenção. Dentro do pátio, um palco para a vida quotidiana e encontros comunitários é montado girando a forma negativa/interna do arco sobre o chão.

Como os respigadores e respigadoras de Agnès Varda, também respigamos as pedras à volta do terreno. O processo da respiga da pedra uma a uma, foi longo mas profícuo. No caminho das pedras respigadas inscrevemos um código.

Produção de sacos com tingimento natural.

Molde de três peças em mdf 18mm.

Até à construção da Casa do Burro e dos Três Cabras, foi projectada uma estrutura temporária para as galinhas, com o intuito de testar as canas bravas como material adequado para a construção de divisórias e fachadas.

A Escultura para Pôr Ovos é um galinheiro modular, construído com materiais simples: ripas de pinho para a estrutura, madeira recuperada, canas para as zonas fechadas e poleiros e chapa de metal corrugado. O interior é ventilado e permite que a luz natural do dia seja filtrada. A abertura traseira permite a recolha dos ovos.